Documentos necessário para viajar

Pessoais

Identidade
Devido a acordos diplomáticos com o Mercosul, brasileiros podem viajar para nove países portando somente o documento de identidade. São eles: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Observação, o RG precisa estar em bom estado de conservação e ter sido emitido nos últimos 10 anos. Para os demais países do mundo é necessário somente o passaporte.

Carteira de habilitação
A CNH brasileira é válida em 101 países e deve ser apresentada às Autoridades junto com o passaporte ou permissão de circulação (emitida para quem entra com RG nos países que pertencem ao Mercosul). Fique atento ao prazo de vencimento de sua CNH, se ocorrer durante a viagem, faça a renovação antes de viajar.

Carteira internacional de vacinação – Febre Amarela
Apesar de nunca terem pedido a carteira pelos países por onde passamos, ao rigor da lei, ela é obrigatória, e pode ser exigida pelas Autoridades de qualquer país. A lista de países que exigem a carteira internacional de vacinação de brasileiros é atualizada constantemente pela OMS (organização mundial de saúde) e pode ser encontrada no site da ANVISA. Atenção: o registro deve ser realizado pelo menos dez dias antes da viagem.

Seguro internacional de saúde
Em muitos países pelo mundo o sistema público de saúde não é dos melhores, portanto, contratar este serviço pode te tirar de uma grande enrascada. Em nossa passagem pelo Peru tivemos que usar o seguro contratado. A clínica que passamos não era conveniada então tivemos que pagar no ato (em dinheiro) e depois no Brasil solicitamos o reembolso.

Veículo

A documentação do veículo pode estar em uma das três situações abaixo:

A primeira: o documento de propriedade está em nome do condutor ou passageiro e o veículo não está alienado. Você terá que apresentar às Autoridades aduaneiras somente o documento original junto com o passaporte ou identidade.

A segunda: o veículo se encontra alienado. Neste caso você é obrigado a solicitar uma autorização para trânsito internacional junto a sua financiadora, informando os países por onde pretende passar, este documento deve ser apostilado em cartório.

A terceira:  o veículo está em nome de outra pessoa ou empresa. Nesta situação você também será obrigado a solicitar uma autorização do proprietário ou empresa e apostilar em cartório.

Para países signatários a Convenção da Apostila da Haia, basta apostilar a autorização junto ao cartório. Para países que não pertencem a convenção a autorização deve ser feita somente nos Escritórios de Representação do Ministério das Relações Exteriores. Para obter o modelo da autorização em PDF  clique aqui.

Seguros obrigatórios:

SOAT – Colômbia, Peru e facultativo no Equador, é possível comprar uma apólice próximo à fronteira ou em cidades ao redor.

SOAPEX – Chile, a compra deve ser feita antes de ingressar no país. Acesse este site para adquirir a apólice.

CARTA VERDE – Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela, contratar com sua seguradora.

SILVERTUR – Bolívia – isto não é um seguro e sim um cadastro obrigatório para veículos que desejam ingressar no país. Deve ser feito na aduana pelas autoridades aduaneiras da Bolívia. Para agilizar o processo, cadastre o veículo neste site, será gerado um formulário, imprima e apresente quando for entrar neste país.

 

Onde é possível dirigir com a CNH brasileira

África

África do Sul, Angola, Argélia, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gabão, Gana, Guiné-Bissau, Líbia, Marrocos, Namíbia, Níger, República Centro-Africana, República, Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Seychelles, Tunísia, Zimbabwe.

América

Sul: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela.

Centro: Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá.

Norte: Bahamas, Canadá, Cuba, Estados Unidos, Haiti,
República Dominicana.

Ásia

Azerbaijão, Bahrein, Bielorrússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Irã, Israel, Kuwait, Macau, Mongólia, Paquistão, Rússia, Singapura, Tajiquistão, Turcomenistão , Uzbequistão.

Europa

Albânia, Alemanha, Áustria, Bélgica, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Hungria, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia, Moldávia, Mônaco, Montenegro, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Romênia, San Marino, Sérvia, Suécia, Suíça, Ucrânia.

Oceania

Austrália
Indonésia
Nova Zelândia

Pela lei, quem possui a CNH brasileira  deve portar a PID, (Permissão Internacional para Dirigir), sempre que conduzir veículos automotores em um país signatário da Convenção de Viena, exceto a Espanha, onde é exigido somente a habilitação brasileira, sendo permitido dirigir por até 180 dias. Embora as autoridades e locadoras de veículos dos países por onde passamos nunca terem pedido a PID, ela pode ser exigida a qualquer momento. Recomendo, a fim de evitar problemas, que solicitem a PID junto ao Detran da sua cidade e viajem mais tranquilo. Para países que não pertencem a convenção, peçam informações nos consulados. 

GPS e MAPAS

O motivo de usarmos em nossas viagens um GPS são vários, mas o principal é que este aparelho não depende de sinal de internet, desde que carregado, esteja onde estiver ele irá funcionar.
Para as nossas viagens de moto o planejamento começa em um mapa. Para isso usamos o software da Garmin chamado Basecamp. Nele, criamos rotas, determinamos as paradas, verificamos as distâncias e principalmente estudamos os caminhos. Com ele é possível visualizar os pontos de parada e trajetos no Google Earth, o que ajuda muito a conhecer os locais por onde iremos passar. O Basecamp não possui mapas, sendo necessária a instalação de um. Neste site: “Open Street Maps”, é possível escolher o mapa do país que pretende viajar ou selecionar somente os lugares que irá passar. A vantagem de usar estes mapas são suas constantes atualizações.

Equipamentos de Segurança

Proteção é a primeira coisa que devemos nos preocupar antes de iniciar uma viagem de moto, então na hora de decidir o que comprar, pensamos: será que se eu cair esse capacete vai me proteger? Será que esta roupa não vai rasgar? Essas luvas resistem à abrasão com o asfalto? etc… Sem dúvida são questões importantes, mas saiba que estar equipado corretamente, irá nos proteger principalmente de pedras, frio, chuva, insetos, poeira, calor, até mesmo de pássaros. Sendo assim, com o objetivo de evitar que um imprevisto interrompa a viagem, usamos os seguintes equipamentos:

Capacetes: tricompostos com óculos de sol interno. Recomendamos os testes da Sharp (UK) para avaliar a qualidade do capacete que pretende adquirir.
Luvas: uma para os dias quentes e outra para os dias frios. Outro item indispensável são as luvas impermeáveis de guidão, elas ajudam muito em dias de chuva e de baixas temperaturas.
Roupas: usar segunda pele para calor e frio: camisa, calça, balaclava e meias. Para proteção externa, usamos jaquetas e calças de cordura impermeáveis, com forros removíveis. Capa de chuva que além de manter seco, protege contra o frio intenso.
Protetor de coluna: Este item é imprescindível para quem deseja ficar horas ou dias em cima de uma moto. Além de proteger a coluna em uma eventual queda, os elásticos com velcros que servem para fixar o protetor na cintura, ajudam a manter a região da lombar relaxada.
Botas: Cano alto impermeáveis com proteção para tornozelos.
Antena corta linha: Obrigatório para quem trafega pelo Brasil, pois é muito comum ver pessoas soltando pipas, com linhas cortantes (linha com cerol) nas ruas e até mesmo em rodovias. Fique atento principalmente ao se aproximar de uma cidade.

Bagagens

Procuramos levar somente o que vamos usar, de acordo com a duração da viagem e clima da região que vamos enfrentar. Outro fator que levamos em conta, está relacionado a capacidade de carga da moto, que deve ser respeitada, como também a distribuição dos pesos da carga. Segue a lista de itens que consideramos indispensáveis:

Vestuário - Estrada

Balaclava Bio
Bota-Impermável
Calça Bio
Calças-Cordura
Camiseta Bio
Capacete e Intercomunicador
Carteira
Celular
Chaves reservas
Colete Refletor
Jaqueta-Cordura
Luvas-Verão ou Inverno
Meia de Micro Fibra C. Alto
Protetor de Coluna

Mala lateral Condutor

Segunda Pele-Inverno:
Balaclava
Calça
Camisa
Forros:
Calça
Jaqueta
2 Calças-Tecido Sintético
3 Meias cano alto
4 Meias cano Baixo
3 Camisetas-Dry Fit
1 Camiseta-comprida
Boné
Jaqueta-Corta Vento
Tênis
Luva de Inverno
Bermuda-Tek tel

Mala lateral Garupa

Segunda Pele-Inverno:
Balaclava
Calça
Camisa
Forros:
Calça
Jaqueta
2 Calças-Tecido Sintético
3 Meias cano alto
4 Meias cano Baixo
3 Camisetas-Dry Fit
1 Camiseta-comprida
Boné
Jaqueta-Corta Vento
Tênis
Luva de Inverno
Maiô

Baú Traseiro

Arame
Medidor-pressão dos pneus
Câmaras de ar
Cantil
Capas de Chuva
Extensor reserva
Fita isolante
Lâmpada Reserva Farol
Luvas do Guidão
Nootebook e carregador
Óculos escuros
Pano Perfect
Sabão em Pó
Silver tape
Spray Limpa corrente
Spray lubrificante corrente
Spray-WD-40
Tire up – várias medidas
Chinelos

Mala Tanque

Carregadores e fios
Chaves Roda Traseira
Compressor de ar
Kit limpeza de viseira
Kit reparo de câmara
Lanternas
Manual do Proprietário
Mapas de Papel
Máquina Fotográfica
Caneta
Isqueiro
Pasta documentos

Higiene pessoal

Cortador de Unha
Creme Dental
Creme hidratante
Desodorante
Escovas de dente
Fio Dental
Lâmina de Barbear e Espuma
Lixa de unha
Protetor Labial
Protetor Solar
Repelente-Exposis
Shampoo e Condicionador

Primeiros Socorros

Anti alérgico
Anti Inflamatório
Estomago
Termômetro
Gase
Esparadrapo
Atadura

Pneus

Sem dúvida este é o item que sofre o maior desgaste em longas viagens, encara buracos, pedras, terra, água, altas temperaturas, por longas horas, quase todos os dias, portanto, é imprescindível que este seja novo, trocar durante a viagem principalmente em outros países, pode ser um grande transtorno. Os pneus estão ligados diretamente ao comportamento da moto, assim, procuramos escolher o modelo que melhor se adequa aos tipos de estradas que vamos percorrer, sejam elas de asfalto, terra ou ambas. Um dos maiores problemas enfrentados por motociclistas que encaram longas distâncias, se dá ao fato do pneu traseiro sofrer um desgaste prematuro, alguns acabam por completo com apenas 8.000 km. Mas saiba, que podemos e muito contribuir para que este desgaste seja amenizado, para isso, evite arrancadas e freadas bruscas, altas velocidades, monitore constantemente as calibragens, não exceda a capacidade de carga da moto, verifique os alinhamentos e balanceamentos das rodas, examine as condições dos rolamentos e escolha o modelo de pneu que melhor atende suas necessidades. Hoje em dia, é possível encontrar modelos de pneus com diferentes características, tendo capacidades de rodar em os diferentes tipos de terrenos, suportando percorrer altas quilometragens, isso torna mais fácil decidir qual a melhor escolha. Outro item importante, que trabalha em conjunto com os pneus, são as câmaras de ar. Em nossas viagens, sempre levamos uma câmara reserva para dianteira e traseira, e um kit de reparos caso ocorra um furo. Nas motos, usamos câmaras com 4 milímetros de espessura, estas suportam rodar com calibragens um pouco mais baixas que as recomendadas pelo fabricante, este recurso, traz uma melhora significativa na condução da moto em estradas de terra, lama, pedras e cascalhos.

Transmissão

Este item é composto por três peças, Corrente, Coroa e pinhão, e são eles, depois dos pneus, os que mais se desgastam em longas viagens. Também podemos incluir a calha deslizante, peça que tem por função, impedir que a corrente raspe na balança. Afim de evitar um grande problema, antes de partir para uma grande aventura, troque a transmissão por uma nova de boa qualidade e verifique as condições da calha deslizante. Após a troca, será necessário verificar a folga da corrente, após percorrer 1.000 km. Vários fatores influenciam no desgaste prematuro das peças da transmissão. Para isso, devemos evitar arrancadas e reduzidas de marchas bruscas, respeitar carga máxima da moto, manter as calibragens dos pneus recomendadas pelo fabricante, verificar a cada 3.000 km se a folga da corrente está dentro dos limites determinados pelo fabricante, verificar o alinhamento das rodas e se há folgas nos rolamentos. Também, durante a viagem, devemos lubrificar a transmissão todos os dias ou depois de passar por uma chuva, e limpar a cada 3.000 km ou após percorrer trechos com terra. Para viagens de até 10.000 km, uma lata de lubrificante spray com 400 ml é suficiente. Para a limpeza, usamos uma lata de WD40 com 250 ml, escova em formato de “U” especifica para corrente, mais estopas. Excluindo a escova, WD e Estopa são produtos que encontramos com facilidade em qualquer país.

Bateria

Ao contrário de todas as peças que compõem uma moto, a bateria é única que quanto mais se usa, melhor fica. Isso significa, que aquela moto que anda praticamente todos os dias, tem uma probabilidade menor de sofrer um problema na hora de dar a partida. Já para as motos que ficam paradas por muito tempo, a bateria deve sempre estar ligada a um “carregador flutuador”, este aparelho não requer vigilância, pois liga automaticamente quando ela estiver com carga mínima e desliga quando a carga máxima é atingida, é desta forma, que em países onde o inverno é rigoroso, onde as motos ficam vários meses paradas na garagem, que ela é conservada. Moto consome energia mesmo estando parada, principalmente as que possuem computador de bordo. As baterias que perdem a capacidade de reter energia, geralmente apresentam o defeito em dias muito frios. Isso acontece, porque o óleo do motor aumenta sua densidade, fica pesado para o motor de arranque gira-lo, exigindo mais energia por mais tempo da bateria. Portanto, se a moto só anda aos finais de semana, convêm leva-la para uma análise, antes de sair para estrada.

Motor

A probabilidade de surgir um problema no motor é pequena, mesmo para aqueles que já rodaram muitos quilômetros. Por ser projetado para funcionar initerruptamente até o fim da sua vida, podemos imaginar o quanto este é resistente. Mas para que esta confiança seja mantida durante a viagem, devemos ficar atentos em alguns detalhes antes de sair: Verificar as condições das velas, das molas, discos e cabo da embreagem, folga das válvulas, bomba d’água, liquido de arrefecimento, e trocas do óleo e filtro de óleo. Se a viagem exceder a quilometragem determinada pelo fabricante para troca de óleo, programe uma troca durante a viagem. Um item que não faz parte do motor, mas que na maioria das vezes costuma ser o causador da sua parada, é a bomba de combustível, peça a um mecânico de sua confiança que faça uma revisão.

Suspensão

Por ser muito resistente, dificilmente costuma apresentar problemas, mas dependendo da forma como a moto é usada, se anda por estradas de terra, valetas, lombas, sempre carregada, pode ser necessário fazer uma manutenção antes de pegar a estrada. A principal recomendação indicada pelas montadoras, é que se faça a troca do fluido hidráulico da suspensão dianteira entre 10 e 15 mil km, ou uma vez ao ano. Em alguns casos, também será necessário a troca dos retentores. Sobre a suspensão traseira, devemos ficar atentos a regulagem de carga da mola, que deve estar de acordo com o peso que irá carregar, bagagens, garupa e condutor. Para alguns modelos de moto, pode ser feito manutenção da suspensão traseira, mas em geral, ela é trocada por completo, inclusive os parafusos de fixação. O principal defeito apresentado, costuma ser vazamento de fluído, causados por desgaste dos retentores ou riscos profundos nos cilindros externos. Os sintomas se refletem diretamente na condução da moto, deixando ela instável e cansativa, aumentando o risco de acidente. Além da revisão, podemos tomar algumas medidas, a fim de evitar a quebra durante uma viagem, como: Respeitar o limite de carga, manter os pneus calibrados, rodas alinhadas e balanceadas (evita vibração), andar em velocidade baixa ao cruzar valetas, buracos, ou pisos irregulares. Outro fator que influência na manutenção da suspensão da moto, é a limpeza, isso acontece porque as partes moveis estão expostas, sujeitas a todos os tipos de sujeiras encontradas nas estradas, com o passar do tempo, elas se acumulam entre os retentores e os cilindros, causando vazamentos.

Freios

Aqui o desgaste está relacionado com a forma que se conduz a moto e tipos de estradas que irá passar. Caminhos sinuosos e trechos urbanos, aumentam a quantidade de freadas, se forem bruscas e em alta velocidade, irá causar um desgaste prematuro das pastilhas e discos. Também, devemos ficar atentos ao excesso de peso, que além contribuir para o desgaste, aumenta a distância percorrida em uma freada de emergência. Lembre se, o que faz uma moto parar, é o atrito do pneu com o asfalto, os freios somente provocam esta ação, então, mantenha a calibragem dos pneus de acordo com o recomendado pelo fabricante. As pastilhas são poupadas somente quando andamos por longos trechos de reta, mas fique atento a posição do pé sobre a pedaleira do freio traseiro, um leve pisar por muitos quilômetros irá acabar com as pastilhas. Antes de sair para uma longa viagem recomendamos que verifique, os níveis do fluido, se necessário faça a troca, a folga do manete e pedal de freios, e examine as condições das pastilhas e discos, onde a troca independe da quilometragem. Quando acionamos o freio e ele emiti ruídos metálicos e bem agudos, significa que a pastilha acabou por completo, pare de usar imediatamente o freio que acabou, insistir vai danificar o disco.

Filtros

São dois que devemos dar atenção, filtro de ar e óleo. O primeiro, retém as impurezas do ar, impedindo por exemplo que poeira, isentos, areia, entrem no motor, gerando acumulo de impurezas, que contaminam o óleo, desgastam prematuramente as partes moveis do motor, reduzindo em muito sua vida útil. Outro problema que um filtro sujo ou vencido pode gerar, é a restrição da entrada de ar no motor, prejudicando a mistura de ar e combustível, que além da perda de potência, aumenta o consumo de combustível. As velas também ficam impregnadas de sujeira, reduzindo a capacidade de gerar faíscas, imprescindível para que haja uma boa explosão. O tempo que devemos fazer a troca do filtro de ar, consta no manual do proprietário da moto, geralmente feita a cada 10.000 km, mas para aqueles que trafegam constantemente em estradas de terra ou arenosas, a atenção a este item deve ser redobrada. Procure também, manter a caixa de ar e dutos limpos.
O segundo é o filtro de óleo do motor, um componente muito importante, que tem como função reter as diversas partículas e impurezas existentes no óleo, tais como oxidantes, partículas de metal, poeira e sujeiras. Um filtro em boas condições, contribui para um fluxo de óleo constante no sistema de lubrificação do motor, evitando assim, um desgaste prematuro. Respeitar o prazo de troca determinado pelo fabricante, preserva o motor, pois a circulação de óleo limpo, reduz o atrito das peças moveis, preservando a potência e o rendimento da moto. Recomendamos que o filtro de óleo seja substituído a cada troca de óleo do motor, principalmente para aqueles que trafegam por estradas de terra ou arenosas, em regiões com baixas temperaturas que impedem o pleno aquecimento do motor, e em situações onde o uso da marcha lenta é por períodos prolongados. Lembre-se que um filtro de óleo vencido, ficara saturado de impurezas, como por exemplo areia e pó, isso irá gerar uma maior abrasão, corrosão e formação de borra nas partes internas do motor.

Limpeza

Comece a limpeza pelos componentes sujos de graxa, transmissão, corrente, coroa, pinhão, capa do pinhão, e protetor de corrente. Use querosene com auxílio de um pincel até remover completamente a sujeira, lave com água e seque e em seguida. Após secar a corrente, Aplique WD-40, isso irá impedir que ela enferruje enquanto não é lubrificada com graxa. Mas atenção, não aplique e nem deixe escorrer querosene ou WD-40 nos discos de freio, isso pode danificar as pastilhas. Uma limpeza completa só é possível quando retiramos todas as carenagens da moto, desta forma temos acesso ao quadro, e outras partes, facilitando o trabalho. Antes de começar a lavar, espere o motor esfriar, depois tape as entradas de ar do motor e escapamento, isso irá impedir que água entre. Para remover a sujeira, o indicado é aplicar detergente neutro, especifico para remoção de terra, muito usado por praticantes do motocross. Ele remove com facilidade a terra e poeira impregnados na moto, sem agredir as partes metálicas ou danificar a pintura. Este produto deve ser diluído em água, de acordo com as normas do fabricante. Para facilitar a aplicação, é possível usar um borrifador para pesticidas, são baratos e ajudam a economizar o detergente. Aplique em toda moto e espere agir, em seguida, enxague com água. Caso for usar uma máquina de pressão, deixe regulada para jato fraco e mantenha certa distância da moto, a força com que a água sai, pode danificar algumas peças ou provocar curtos circuitos. Após remover a maior parte da sujeira no enxague, use uma esponja macia com o detergente neutro, para retirar o que restou. Seque a moto completamente e encere as partes onde há pintura, isso irá protegê-la da ação do sol. O WD-40 com auxílio de uma estopa, também ajuda a remover a terra que impregna no motor. No caso de motos com o escapamento de inox é possível limpar com Gel decapante, mas ele deverá ser retirado, pois este produto danifica a pintura. Outra forma de limpar é usando uma lixa d’água, a desvantagem neste método é que vai ser mais demorado, mas não é necessário retirar o escape. Para o banco existem inúmeros amaciantes que conservam o revestimento, mas caso queira, amaciante corporal também funciona. Para as partes de plástico ou borracha, aplique cera de carnaúba com uma espoja e retire o excesso com pano macio. É de extrema importância que não se passe nenhum produto nos pneus de uma moto, a não ser detergentes neutros, escova, e muita força. Diferente dos carros, as motos dependem de uma parte da banda lateral de rodagem dos pneus para se manter na pista, estes produtos interferem na aderência, podendo levar a um acidente.