Conforme recomendado, uma hora antes da partida já estávamos com as motos paradas na fila de embarque do Buquebus. O procedimento consiste em deixar o veículo na fila, fazer o check-in, passar pela aduana, e aguardar no saguão de embarque a chamada. Primeiro eles chamam os motoristas, para conduzirem os veículos para dentro do buquebus, e depois, chamam os passageiros, que embarcam à pé. Exemplo: Se estiver com garupa, somente você desce para embarcar a moto, a garupa irá embarcar por outro local, basta aguardar a chamada.  Motos amarradas, seguimos em direção a Buenos Aires. Uma hora depois, na hora do desembarque, os passageiros dos veículos (moto ou carro) saem junto com o motorista. Desembarcamos e passamos por uma vistoria da polícia antes de deixar o porto. Eles pedem a documentação, verificam as malas e desejam boa viagem, tudo acompanhado por um belo labrador. Saímos do paraíso e descemos no inferno, trânsito, obras, caminhões, carros, tudo parado na capital portenha. A missão era se afastar o mais rápido possível de lá, abastecemos no início da estrada e só paramos 170 km depois. Neste trecho, a estrada tem características bem peculiares de algumas estradas argentinas, que são a formação de lagos à beira da estrada, alguns inclusive no mesmo nível da pista, basta uma chuvinha para cobrir o caminho. Pergamino foi a primeira cidade que tivemos contato na Argentina, digo primeiro contato porque pudemos caminhar, observar. A última vez que estivemos neste país foi em 2016, e o que sentimos agora, é que apesar de ser uma bela cidade, aparentemente tranquila, o efeito da crise econômica está nítido.