VIAGEM DE MOTO PARA O CHILE: DIA DE HOJE PUCON

VIAGEM DE MOTO PARA O CHILE: 13º DIA - SANTIAGO -> PUCON

Muitos consideram viajar de moto 800 quilômetros em um dia, loucura, alguns acham cansativo, e poucos terminam este dia com sorriso no rosto. Encaramos dias assim, sem focar no destino final, o que importa é quantos quilômetros ou tempo faltam para o próximo posto, desta forma, parando para abastecer e descansar no máximo a cada 200 quilômetros, a viagem se torna menos cansativa, tanto fisicamente, porque andar, alongar, se hidratar, revigoram o corpo, como mentalmente, pois focar em 200 quilômetros ao invés de 800, diminui e muito a ansiedade de chegar no destino final. Motos ligadas, hora de partir rumo ao sul, um pouco de trânsito, alguns semáforos, e aos poucos Santiago foi ficando para trás. A maior parte do trecho que andamos hoje, foi feito na ruta 5, são retas e mais retas que não se enxerga o fim, o asfalto é perfeito, a sinalização impecável, e por aqui, os chilenos pisam no acelerador. Para trás também foi ficando o calor, a temperatura que estava 26 graus foi caindo, mesmo com céu azul, fazia 18 graus, estava suportável, mas ao descer para 16, sem os forros da jaqueta e calça, começou a incomodar. Como pelo andar da carruagem a tendência da temperatura era baixar mais ainda, na primeira parada começamos a tirar as roupas das malas. Todos agasalhados, lá fomos nos para o nosso destino, o próximo posto. Perto da quarta e última parada do dia, antes da cidade de Lautaro, o tempo que por alguns quilômetros já estava fechado, foi piorando. Gotas começaram a cair na viseira, ficamos vários quilômetros com aquela velha dúvida que todo motociclista têm, paramos agora e colocamos a capa de chuva, ou tentamos chegar até o posto. Com um olho na pista e outro no céu, conseguimos chegar sem se molhar, porque depois que molha a coisa fica feia, principalmente quando faz 12 graus, tente imaginar estar completamente molhado, no sul do Chile, em cima de uma moto a 100 km/h. Colocamos as capas e cerca de 20 quilômetros depois, a chuva aumentou muito, e pelas características não iria parar tão cedo, quanto mais íamos para o sul, mais a chuva aumentava. Nesta hora o termômetro da moto marcava 8.5 graus. Deixamos a ruta 5, e entramos na ruta 199, a estrada agora era de pista simples, mais extremamente movimentada, conseguimos fazer só duas ultrapassagens neste trecho, com a viseira embaçada mal dava para ver a próxima curva, o jeito foi ficar atrás de um carro até chegar em Pucon, assim andamos os últimos 100 quilômetros. Quando estamos na estrada, é difícil afirmar que hoje vai ser fácil, estradas perfeitas não são sinônimos de tranquilidade.