A missão de hoje foi atravessar o Paso San Francisco com 4.726 metros de altitude. Com a moto e o galão de 5 litros abastecidos, partimos rumo ao Chile. Fiambalá foi o último lugar que abastecemos, o próximo posto ficava a 460 km de lá, quase em Copiapó no Chile (depois de atravessar o paso). O asfalto estava perfeito e não vimos quase ninguém na estrada, à medida que subíamos os ventos íam aumentando e a temperatura despencando, de 26 graus caiu para 6 graus, mesmo com céu azul. Alguns quilômetros depois chegamos na aduana argentina, próxima ao vulcão Incahuasi.  Paisagens belíssimas, em especial a Laguna Verde, a cor de sua água variava de azul royal, com trechos azul escuro, azul claro enfim divino, de encantar os olhos! As aduanas são distantes umas das outras, cerca de 40 km de distância. Chegamos na aduana chilena, tranquila mas séria, os policiais te olham no fundo dos olhos e perguntam se estamos levando comestíveis e etc. Logo depois que deixamos a aduana, tivemos uma surpresa: a estrada é de terra, a informação no site do governo chileno diz que estava tudo asfaltado, para todos que perguntamos em Fiambalá, a resposta foi uma só: está tudo asfaltado! E lá estávamos nós, no rípio de novo, vai entender! Resumindo, foram 117 km de estrada de terra, sendo que os primeiros 10 km eram de cascalho com trechos de areia, o restante era de terra bem batida, em alguns momentos até parecia ser asfalto, lá quase não chove. A medida que descíamos a temperatura ía subindo, foi de 6 para 28 graus. Estávamos com os forros dos casacos e das calças, então nossa sensação térmica era de uns 40 graus! kkk…então paramos em uma das várias áreas de descanso para tirar as roupas e aproveitamos para reabastecer a moto. O combustível não chegou a entrar na reserva, mas estes 5L do galão nos garantiu chegarmos no posto programado com tranquilidade. Esta moto tem um tanque com capacidade para 24 litros, tornando arriscado fazer a travessia sem levar um galão. Alguns fatores interferiram no consumo de combustível tais como vento lateral muito forte, falta de oxigênio, garupa, bagagens… 
Neste dia passamos por montanhas com todos os tons de verde, marrom, amarelo, o lugar é bem inóspito, grandioso enfim uma paisagem maravilhosa. No final do dia chegamos em Copiapó, uma cidade no meio do deserto, zona extrativa de minério, então não é muito atrativa para turistas como nós, mas o importante é que tinha um bom jantar e uma ótima cama para dormir.