29º Dia - Colonia del Sacramento -> Rio Grande

Ficar em cima de uma moto, por quase 800 km, em apenas um dia, pode não ser uma tarefa tão fácil como parece, devemos saber, que para percorrer longas distâncias em pouco tempo, temos que ficar atentos às seguinte condições; Primeiro: ter um bom condicionamento físico e se hidratar bem em todas paradas, de preferência com refrigerantes, “glicose”; Segundo: a moto têm que oferecer conforto, ser capaz de imprimir um ritmo alto de velocidade e percorrer grandes distâncias sem abastecimentos; Terceiro: devemos estar vestidos adequadamente, dando atenção ao protetor de coluna, que além de proteger contra uma eventual lesão, age como um reforço, auxiliando os músculos a manter a coluna ereta, principalmente na região lombar; Quarto: o trecho a percorrer, na medida do possível, deve ser feito por estradas principais, evitando passar por dentro de cidades, caminhos de terra, ou muito sinuosos, e por fim; Quinto: impossível controlar, o clima é um fator determinante entre conseguir ou não chegar ao destino final, entre o sucesso ou fracasso de uma viagem. Já que não podemos controlá-lo, escolher a estação do ano de acordo com o lugar que pretendemos conhecer, deve ser o primeiro e mais estudado item em um planejamento, é ele, o clima, que deve determinar a data de partida e chegada de uma longa aventura. 
Hoje, estradas uruguaias! isso é um prazer! O asfalto é de excelente qualidade, estão quase sempre vazias e os motoristas, apesar de não possuírem muita habilidade ao volante, são infinitamente mais educados que nós, brasileiros. Desta forma, com estrada livre e tempo bom, hoje fizemos algo que jamais havíamos feito, andamos 390 km sem parar, saímos de Colônia del Sacramento e só paramos em Rocha, 130 km de distância da divisa com o Brasil. De início, como em tudo, estávamos admirados com o fato de ter andando por quase 250 km sem parar, aos poucos, a medida que nos aproximávamos dos 300 km percorridos, a admiração foi se transformando em irritação, sendo que nos últimos quilômetros, a única coisa em que pensávamos era, parar no próximo posto, beber, comer e descansar. O mais interessante, é que depois de um descançando de meia hora no posto, já estávamos bem, revigorados, prontos para voltar para estrada, como se nada tivesse acontecido. Seguimos até a aduana uruguaia, onde carimbamos a saída deste país, agora, daqui para frente, é Brasil. Estamos no nosso país, que felicidade! Pena que não dura muito tempo, logo de início um radar, três quilômetros a frente outro radar, o prédio da aduana no Chuí, abandonado, é, realmente estamos no Brasil! Cuidado com a lombada, Olha o buraco, radar!radar!radar! Este carro estava andando devagar, agora que vou passar, ele acelera, é um f!l()O D@ …. Olha esse caminhão, está andando a 130 km/h! 
Tendo que se readaptar rapidamente às condições das estradas, seguimos pilotando a moto com mais agressividade e atenção, além das adversidades como buracos ou lombadas, aqui a quantidade de veículos é bem maior, tornado o tráfego mais intenso e tenso. Passamos novamente na bela estrada que corta a reserva do Taim, 26 dias depois de estar aqui, faz tanto tempo, que quase dá para esquecer. Chegamos em Rio Grande no final da tarde, estamos no mesmo hotel que ficamos na ida. Que saudade do arroz com feijão! vai ser a primeira coisa a fazer!